domingo, 20 de dezembro de 2015

grão de areia

Esse meu corpo que vocês vêem perambulando É minha sombra que hoje vale menos que nada Vivo por fora morto por dentro sou um retalho Que apos usado jogaram fora junto a uma estrada Aquela ingrata usou meu corpo o quanto pode O meu dinheiro minha saúde minha mocidade Quando o cansaço gelou a vida abandonou-me Sem perguntar se eu viveria só de saudade Morto por dentro, Vivo por fora. Uma fumaça que eu sou agora Pois quem me vê, Hoje ignora. Um homem forte que eu fui outrora Trabalhei tanto para o sustento desse teu luxo Fui me cansando e ela jovem sempre mais bela Não pude mais acompanha-la em seus passeios E fiquei sendo um grande estorvo na vida dela Não me apedrejem se me encontrarem pela sarjeta Nem me ofereçam uma cachaça num bar imundo Por causa dela que destruiu tudo que eu tinha Eu sou agora um grão de areia menor do mundo

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